Publicações

XX (4)

Desencontro

-Tamara

Aquele gesto fatal decerto melhor seria se mantido omisso, não fosse a indelicadeza gratuita em declarar, por intermédio de gerados, certas conquistas pessoais post mortem. Devido ao desejo de ambas as partes em manter supostas afinidades, parece-me custoso expor à luz da pena a semente do desconforto — embebido em conveniências. Faz-se necessária a ressalva de que nada tenho contra o intermediador de tal notícia, o qual, ademais, parece-me gente de bem. Dessa forma, proponho-me a discorrer de tal modo que eu mesma possa digerir a causa de tal rodeio memorialístico.

Continuar lendo

na verdade

Na verdade,

- Tamara

O sonho é um monte de neve guardado num potinho. Na minha jornada pela superfície da Terra, colecionei suspiros, vi derreterem-se tesouros e reguei a fé que eu mesma assassinei. Minhas utopias materializadas tornaram-se desilusões banais. E me perguntei se era assim que as estrelas morriam, se fazendo visíveis. Mas não. Algumas estrelas expostas na areia da praia podiam  viver, se devolvidas ao mar a tempo.

Continuar lendo