SOBRE A VIAGEM À ANTARTICA DAS ALUNAS TAMARA E LAURA KLINK NO 6º ANO DE 2008.
“De fato, há mesmo uma relação entre o amor e a verdadeira viagem. Vamos ver qual. De vez em quando, tenho vontade de viajar. O que chamo de viajar não tem muito a ver com viagens de férias. Tampouco significa necessariamente desbravar terras virgens. Encontrei a melhor definição do que é viajar numa maravilhosa e breve fábula de José Saramago, que acaba de ser publicada, “O Conto da Ilha Desconhecida” (Companhia das Letras). O protagonista explica assim o seu desejo: “Quero encontrar a ilha desconhecida. Quero saber quem eu sou quando nela estiver.” Viajar é isto: deslocar-se para um lugar onde possamos descobrir que há, em nós, algo que não conhecíamos até então “Contardo Calligareis”.
Antes de Tamara e Laura completarem o último ano do Fundamental I, seus pais informaram à escola que, no início do ano seguinte, a família viajaria para a Antártica e as suas filhas perderiam um mês de aulas. As meninas, alunas interessadas, responsáveis, empenhadas e a família, sempre presente e parceira da escola, não nos deixou dúvidas de que deveríamos preparar um planejamento especial para elas.
Em reunião com Silvia Tuono, diretora do Fundamental II, com o professor de geografia, Henrique Delboni, os pais Marina e Amyr afirmaram que consideravam a viagem uma oportunidade de estudos. Ficou combinado que as alunas fariam um diário de viagem como suporte para seus registros de viagem.
Sempre que possível, os registros no diário de viagem seriam enviados por e-mail para que seus colegas acompanhassem seus estudos.
Desafio posto, logo veio a pergunta: o que seria adequado estudar durante este período? Certos de que a viagem em si, independente de qualquer atividade escolar, ofereceria valiosos momentos de aprendizagem, organizamos uma pasta de atividades de estudo: algumas relacionadas aos lugares que visitariam e outras de revisão, como as de matemática, para acompanharem os estudos realizados pelos seus colegas na escola.
A introdução dos trabalhos dá uma idéia de como nos sentimos ao preparar seus registros de viagem.
O diário de bordo: um instrumento de registro.
Os registros escritos, descrições e narrativas que fizer em seu diário devem possibilitar aos leitores se deslocarem junto com o viajante aos lugares e deles se apropriar. Os registros no diário devem ir além do relato de fatos, dê sua opinião, contar suas sensações e desejos. Cada lugar provoca no viajante atento e curioso, emoções que possibilitam apropriação e posteriormente as lembranças destes lugares à memória.
Em seu Diário de Bordo, você pode colar mapas, ilustrações, ingressos de museus e qualquer objeto que traga um pouquinho do lugar que está visitando dentro de você. Lembre-se que você está tendo a oportunidade de conhecer regiões que são visitados por poucos e que muitos podem conhecer estes lugares, através de seus registros. Para muitos turistas as fotografias são a única forma de registrar a viagem. Preocupam-se mais em fotografar do que observar e viver os lugares visitados.
O registro fotográfico de um estudante – viajante deve ser planejado de forma que seja coerente com os registros escritos.
A fotografia e escrita são linguagens distintas, mas que se completam como formas de deslocar os leitores para o universo/lugares do autor. Incorpore seus registros ao dia a dia, como forma de construção de sua viagem. Leve seu Atlas Geográfico, localize no mapa todo o percurso da viagem, para poder mostrar a seus colegas quando voltar.
Todos gostariam de viajar com elas!
As alunas partiram e, após alguns dias, começamos a receber por e-mail um “Diário de Bordo” sempre ilustrado, com fotos maravilhosas, escrito a quatro mãos: as 3 meninas e a mãe.
Regina Abreu – Orientadora Educacional